A incrível semelhança entre os carpinteiros Douglas e Dênis Peçanha
Fato corriqueiro no canteiro de obras do empreendimento Trendy Cachambi, da Cury Engenharia, situado na rua e bairro do mesmo nome, na Zona Norte do Rio, é a confusão gerada pela semelhança entre os gêmeos Denis e Douglas Pereira Peçanha, 47 anos, carpinteiros da Machado Vieira Engenharia. A diferença de idade entre eles é de apenas dois minutos. Denis nasceu primeiro. São os chamados gêmeos fraternos ou univitelinos.
– É muito comum falarmos com um, pensando que estamos conversando com o outro – comenta o encarregado Raimundo Francisco, revelando: – Mas acabei observando uma diferença: o Douglas possui uns fios brancos na barba.
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Os gêmeos Douglas e Dênis no canteiro de obras do empreendimento Trendy Cachambi, onde trabalham – Fotos MV/ Cláudio Vieira
Ideia de jerico
São filhos do ferroviário Nelson Pereira Peçanha, já falecido, e da diarista Felicíssima. Estudaram na Escola Bolívia, no Engenho de Dentro. Um dia, cansada de trocar os nomes dos gêmeos, uma professora resolveu adotar uma medida drástica: pôs uma bandagem de esparadrapo no pulso de Denis e uma fita vermelha no braço de Douglas para saber quem era quem. Quando foi informado, o pai das crianças dirigiu-se à escola para tomar satisfações com a autora da ideia. Afinal, aquilo era uma discriminação.
Mas a confusão persiste, agora no canteiro de obras, como explica Douglas:
– Às vezes, um colega se surpreende quando me vê do seu lado, cumprindo uma determinada tarefa. “Ué! Você já foi lá no depósito?!”- perguntou ele, espantado. Respondi: “Eu nem saí daqui. Deve ter sido o meu irmão.”
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Um dos gêmeos ncircula pelo canteiro. Quem será, Dênis ou Douglas? Foto MV/ Diogo Shufler
Paulada na cabeça
Há sete anos, quando trabalhava numa obra, na Gávea, Douglas recebeu uma triste notícia de Denis, ao telefone: “Levei uma paulada na cabeça e vou ter que operar”. Aconteceu numa briga, em Madureira. Curioso, Denis foi ver o que estava acontecendo e acabou levando a pior.
Douglas pediu para se ausentar do trabalho e partiu para o Hospital Salgado Filho, no Meier. Quando chegou, Denis já estava no centro cirúrgico, onde os médicos tentavam extrair um coágulo do cérebro. A operação durou várias horas.
– Quando ele saiu, estava apagadão, numa maca. Não se mexia, nem me respondia. Comecei a chorar, pensando no pior – lembra Douglas.
O neurocirurgião percebeu a angústia de Douglas e se aproximou para tranquilizá-lo:
– Fique calmo. Correu tudo bem. Ele está só anestesiado. Aguarde mais um pouco e vá visitá-lo na enfermaria.
O carpinteiro aproveitou o contato com o médico para pedir um analgésico. Enquanto Denis era operado, lá fora, na sala de espera, Douglas sentia fortes dores de cabeça…
Fenômenos que só os gêmeos idênticos podem explicar.