Você sabe o que é gentrificação?
Aqui vai a resposta: “É um processo de transformação de áreas urbanas que leva ao encarecimento do custo de vida e aprofunda a segregação socioespacial nas cidades. Ela modifica a paisagem urbana e o perfil social dos bairros, provocando sua valorização mercadológica e a expulsão de antigos moradores”.
Tão surpreendente quanto o significado da palavra seria dizer que, em alguns bairros periféricos de cidades como Londres, Paris e Nova York, entre outras não menos famosas, o grafite vem sendo usado como instrumento de gentrificação.
Ou seja, aquelas velhas paredes, muros e portões de fábricas abandonadas, rabiscados com tinta spray, mudaram de estilo, ficaram sofisticados e passaram a atrair moradores de maior poder aquisitivo. Enquanto isso, os menos favorecidos são obrigados a procurar outro lugar para viver.
Isso se dá quando o grafite, considerado ato de vandalismo, ganha contornos artísticos e culturais. A linguagem que servia como expressão de revolta e protesto de comunidades esquecidas, passou a ser uma manifestação engajada, de vanguarda, atraindo os que desejam estar antenados com a modernidade da arquitetura urbana.
Traduzindo essa transformação numa comparação bem carioca, seria ver a pichação dos muros que margeiam as linhas da Central do Brasil, no subúrbio, dando lugar aos painéis coloridos e criativos do Corredor Olímpico, na Praça Mauá. E trazer com eles uma nova sociedade, bem resolvida, abastada e acostumada a enxergar a vida com outros olhos. (Fonte: ArchDaily)